A canção do sujeito agônico

Graduada em psicologia pela Unijuí e mestre em letras: estudos literários pela UFSM. Atualmente é professora e ocupa o cargo de Técnico Superior Penitenciário Psicólogo da SUSEPE/RS. Atuando, principalmente, nos seguintes temas: literatura, música, sublimação, autoritarismo, política, subjetividade, sociedade, sistema prisional.

Os percursos subjetivos que o sujeito enfrenta ao longo da vida, trazidos pela psicanálise, há muito tempo já eram a matéria-prima da criação artística. O artista consegue simbolizar os significantes de sua história pessoal e de sua geração em sua obra de arte. Assim, psicanálise e arte possuem muitos aspectos em comum. Ambas irão lidar com a linguagem e com as expressões dos estados da alma , com ideias, sentimentos e sofrimentos, produzindo um sentido onde antes não existia e este é assimilado como representação social . A psicanálise fará isto através da escuta do discurso do sujeito, enquanto a arte irá dar significados e simbolizações àquilo que era sem sentido, para além da expressão individual. O objetivo deste trabalho é de demonstrar que a arte é um espaço que o mínimo que propícia é de produzir um importante efeito de ruptura a partir do seu enunciado. Usou-se para tal estudo a obra de dois artistas Clarice Lispector (escritora) e Cazuza (cantor e compositor). Fazendo uma análise de alguns textos e algumas composições destes artistas, identificando a presença de elementos sociais e discorrendo sobre a relação intertextual entre suas obras.