Biomarcadores na Insuficiência Cardíaca Descompensada

Doutor em Cardiologia pela FMUSP. Research Associate Duke University Medical Center. Médico Assistente do InCor-HCFMUSP e do Hospital Santa Marcelina.Antonio C. Pereira-Barretto, Professor Associado do Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP. Diretor do Serviço de Prev. e Reabilitação Cardiovascular do InCor-HCFMUSP.

A avaliação prognóstica da insuficiência cardíaca (IC) crônica envolve uma análise complexa de múltiplas variáveis; entretanto, a avaliação prognóstica da IC descompensada tem sido menos estudada, sendo observado um interesse crescente na análise das troponinas cardíacas T e I. Este estudo teve por objetivo avaliar a relação dos níveis séricos da troponina cardíaca T (cTnT), através da sua análise evolutiva, com as taxas de mortalidade e eventos clínicos em um coorte de pacientes hospitalizados por IC crônica descompensada durante 12 meses de seguimento. A cTnT foi detectada (0,010 ng/ml) em 82,9% dos pacientes com IC descompensada. Níveis de cTnT na admissão 0,020 ng/ml foi preditor independente para morte e eventos clínicos. Na análise da medida evolutiva da cTnT observou-se que níveis de cTnT persistentemente elevados (0,020 ng/ml) estiveram associados com maiores taxas de morte e de eventos clínicos. A utilização de biomarcadores de lesão miocárdica na IC descompensada pode auxiliar na estratificação de risco, aprimorando o julgamento clínico para a otimização de recursos e estimulando o desenvolvimento de estratégias terapêuticas custo-efetivas para melhora dos resultados.